Sobrevivente do Holocausto escreve livro para deixar relato histórico sobre terror do antissemitismo.
Segundo Faith Wire, Wurfl, relembrou os eventos traumáticos que viveu durante a Segunda Guerra Mundial, quando seus pais, uma judia e um católico, perderam a vida no Holocausto. Aos quatro anos, Wurfl foi enviado a Berlim, longe dos perigos na Áustria, onde vivia com seus pais. O pai, ciente das ações de Hitler, tomou a decisão de enviar os filhos para a casa dos avós em Berlim.
Forçado a Esconder sua Fè
Desse modo, a estratégia de misturar a fé judaica com o batismo católico provou ser crucial para a sobrevivência de Wurfl e seu irmão. Assim, Wurfl, mesmo na tenra idade de seis anos, lembra-se de ter sido forçado a participar de marchas e louvores a Hitler na escola.
“Cada vez que alguém nos perguntava ou tínhamos que preencher alguns documentos, em vez de dizer ‘judeu’, podíamos dizer ‘católico’. Tínhamos que aprender a marchar e a dizer ‘Salve, Hitler!'”, compartilhou. Ele também revelou como, mais tarde, foram ensinados pelos Juventude Hitlerista a usar armas”, explicou.
Nesse sentido, a tragédia atingiu a família quando o pai foi preso e enviado a um campo de concentração, seguido pela mãe. A última conversa com a mãe antes de sua morte em um campo de concentração é um dos momentos mais comoventes da história.
“Nossos vizinhos e amigos de repente sumiram. Então, perguntamos, e nos contaram o que estava acontecendo. Ela simplesmente nos disse: ‘Sejam bons meninos, sejam bons na escola, aprendam – isso é o mais importante, e prestem atenção no que estão fazendo na escola. Eu amo vocês. Eu sei que vocês me amam, mas vão agora, porque, se vocês ficarem aqui comigo, também serão presos'”, conta ele, sobre sua mãe.
Um Relato Histórico do Antissemitismo
Desse modo, a sobrevivência dos meninos dependeu de se conformar com o horror e da ajuda de estranhos compassivos, incluindo uma mulher que os acolheu, mesmo correndo riscos. Seu livro narra a jornada de Wurfl para escapar dos campos de concentração, sua mudança para a Europa e, finalmente, para os Estados Unidos, onde construiu uma família.
Sendo assim, ele escreveu o livro principalmente para oferecer à sua família um relato histórico do que aconteceu. Em meio à atual guerra Israel-Hamas e ao crescente antissemitismo, as experiências de Wurfl ressoam como um testemunho vívido de uma época sombria. Ele expressou sua perturbação com a violência do Hamas e o aumento do sentimento antijudeu, chamando a atenção para a crueldade dessas ações.
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