Descubra como as orações fazem a diferença para cristãos presos em países onde há perseguição por causa da fé.
A perseguição se manifesta de diversas formas. Uma delas, que ocorre desde os tempos bíblicos, é a prisão de cristãos. De 1 de outubro de 2020 a 30 de setembro de 2021, 6.175 cristãos foram detidos ou condenados no mundo apenas por seguir a Jesus.
A maioria dos casos se concentra em países do continente africano e asiático. Na África, o país que mais detém cristãos é a Eritreia. Já na Ásia, o país com maior número de detidos por causa da fé é a China. Entre os cristãos condenados estão aqueles enviados a prisões, campos de trabalho forçado, hospitais psiquiátricos ou locais similares. Os períodos de confinamento são diversos, levando de dias a anos.
O poder da oração
Desde os tempos bíblicos vemos que a oração da igreja é poderosa para libertar os que estão presos por amor a Cristo
No livro de Atos no capítulo 12, o autor nos conta que após o rei Herodes matar Tiago, irmão de João, à espada, também prendeu Pedro. Na noite anterior ao julgamento do apóstolo, o versículo 5 explica que “Pedro, então, ficou detido na prisão, mas a igreja orava intensamente a Deus por ele”. Uma pergunta pode vir à mente ao ler o texto: “Qual o resultado das orações da igreja em uma situação como a prisão?”.
Nesse caso, Pedro estava dormindo entre dois soldados, preso com duas algemas e havia sentinelas de guarda na entrada da prisão. A resposta das orações feitas pela igreja foi um anjo do Senhor. Ele apareceu na cela e acordou Pedro. Nesse momento, as algemas caíram dos punhos dele.
O anjo seguiu instruindo o apóstolo, que não sabia se aquilo era real ou apenas uma visão. Eles passaram pelos guardas, até chegarem ao portão de ferro que dava para a cidade. Depois de chegar à rua, o anjo o deixou. O versículo 12 fala que “percebendo isso, ele se dirigiu à casa de Maria, mãe de João, também chamado Marcos, onde muita gente se havia reunido e estava orando”.
O resultado da intercessão da igreja foi a libertação de Pedro. Apesar da intensidade das orações, quando a serva que abriu a porta disse que era Pedro, eles afirmaram que ela estava fora de si. Ao abrirem a porta e, verem de fato o discípulo, ficaram perplexos.
Há poder nas nossas orações. E libertações ainda hoje ocorrem quando oramos por irmãos e irmãs presas. Conheça alguns casos.
Pastor Leopoldo (México)
Apesar de ficar preso por apenas quatro dias, o pastor Leopoldo não pôde receber visitas ou assistência médica para seus ferimentos
Leopoldo teve sua vida mudada em 2002, quando uma pessoa lhe disse para ler a Bíblia. Depois de cinco anos, se tornou pastor de um pequeno grupo e passou a experimentar a perseguição. No dia 4 de novembro de 2013, o prefeito da cidade onde o pastor vivia no México determinou a destruição da igreja de Leopoldo.
O pastor foi levado por membros da comunidade até o centro da cidade onde eles queriam queimá-lo. Enquanto era agredido, a oração dele era para que fosse preso. Já com muitos ferimentos, alguém o levou para a prisão. Leopoldo ficou preso por quatro dias, sem receber visitas ou assistência médica. A soltura dele foi negociada com a polícia, mas o pastor teve que sair escondido em um carro para que a multidão não o atacasse novamente.
Maryam Rostampour e Marzieh Amirizadeh (Irã)
As jovens cristãs iranianas ficaram presas por nove meses acusadas de participarem de reuniões ilegais e agir contra a segurança do Estado
As cristãs Maryam Rostampour e Marzieh Amirizadeh foram presas em 5 de março de 2009 por forças de segurança iranianas após terem seu apartamento revistado. No local, Bíblias e outros itens foram confiscados. Apesar de serem presas, de acordo com a lei iraniana, nenhuma delas cometeu crime algum.
Elas foram indiciadas apenas um mês depois, acusadas de “participarem de reuniões ilegais” e “agir contra a segurança do Estado”. No dia 9 de agosto do mesmo ano, elas participaram de audiência, onde receberam ordem para renunciar à fé, mas não o fizeram.
Elas voltaram para a prisão, onde a saúde delas se deteriorou devido a superlotação e recursos limitados. Maryam e Marzieh não receberam atendimento médico adequado quando tiveram infecções e febre alta. Depois de nove meses, as cristãs receberam liberdade condicional no dia 19 de novembro de 2009. Em maio de 2010, as jovens foram inocentadas de todas as acusações.
Helen Berhane (Eritreia)
Helen é uma cantora da Eritreia que, após estudar teologia, passou a pregar o evangelho em todos os lugares. Em 2003, ela gravou um vídeo de música cristã secretamente que ficou muito popular entre os jovens etriteus. Porém, isso fez com que a polícia secreta a vigiasse e, em uma batida policial, ocorrida em maio de 2004, encontraram o DVD de Helen e a prenderam.
A jovem não foi interrogada, nem levada a julgamento. Ela foi colocada em um contêiner de metal, uma prisão destinada a criminosos perigosos, onde meses de tortura a aguardavam. O objetivo das torturas era fazê-la renunciar à fé em Jesus. Mesmo assim, realizava estudos bíblicos e cantava com as mulheres.
Em outubro de 2006, a cristã foi levada para um hospital devido às agressões sofridas e depois levada de volta para a prisão. No final de outubro, depois de dois anos e meio, Helen foi solta, após passar a maior parte do tempo de prisão em condições desumanas e degradantes. Devido aos sucessivos ferimentos nos pés e nas pernas, ela ficou confinada a uma cadeira de rodas. Apesar de tudo, se recusou a deixar a Cristo.
Hea-Woo (Coreia do Norte)
Depois de ter o marido morto, a cristã norte-coreana Hea-Woo decidiu continuar servindo a Deus e fugir da Coreia do Norte. Porém, após algumas tentativas, ela foi descoberta e mandada de volta. Primeiro, ela foi enviada para uma prisão mista, onde foi interrogada e torturada por dias. No total, passou por dez prisões e depois foi enviada para um campo de trabalho forçado.
Como se sabe, é praticamente impossível sair com vida de um campo de trabalho norte-coreano, mas quando Hea-Woo fugiu do campo, a cerca elétrica que sempre ficava ligada para matar aqueles que tentavam fugir, estava desligada no momento em que passou.
Asia Bibi (Paquistão)
Asia Bibi, cristã paquistanesa, foi condenada à morte e ficou presa durante quase dez anos
Em junho de 2009, a cristã paquistanesa Aasyia Noreen, conhecida mundialmente como Asia Bibi, foi acusada de fazer referências depreciativas ao profeta Maomé ao conversar com colegas de trabalho. Como as mulheres a agrediram, a polícia foi chamada e a cristã foi mandada para a prisão para aguardar o julgamento por blasfêmia. Depois de mais de 16 meses de processo, Asia Bibi recebeu a pena máxima, sendo condenada à morte por enforcamento.
Como a vida dela corria perigo, a cristã foi transferida para outra prisão. Em julho de 2015, a justiça paquistanesa suspendeu a pena de morte, mas Asia Bibi continuou na prisão esperando o julgamento final do Supremo Tribunal Federal. Enquanto presa, ela foi maltratada, torturada e ficou doente várias vezes. Em 31 de outubro de 2018, a Suprema Corte paquistanesa determinou a soltura da cristã, mas devido a diversas manifestações populares, somente em 29 de janeiro de 2019 ela foi definitivamente declarada livre. Isso se deu porque a corte negou o pedido de absolvição de Asia Bibi.
A vida após a prisão
A experiência vivida por cristãos na prisão geralmente é traumática. Não importa se ficaram apenas alguns dias ou muitos anos, o tempo de detenção vem carregado de diversas sequelas físicas e emocionais. Por isso, a oração da igreja global é tão importante tanto enquanto os cristãos estão presos como depois de soltos.
Para interceder especificamente pelos que estão encarcerados, baixe o guia de 30 dias de oração pelos cristãos presos, com pedidos diários para suas orações. Além disso, com uma doação você mantém ações de socorro e advocacy a cristãos presos em países onde existe perseguição.
Pedidos de oração
- Interceda por aqueles que estão em liberdade, peça para que o Espírito Santo derrame o seu bálsamo, curando os traumas e feridas na alma.
- Ore para que eles consigam se readaptar à vida em liberdade e se inserir novamente na vida em comunidade.
- Interceda por eles para que usem seus testemunhos para alcançar outras vidas.
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