O advogado argumentou que os testemunhos contra sua cliente são falsos, mas a defesa não teve êxito
A cristã paquistanesa Asia Bibi foi condenada à morte pelo tribunal de Lahore pelo crime de blasfêmia. A decisão foi confirmada na quinta-feira (16) e foi rapidamente compartilhada pelos jornais internacionais.
Bibi já havia sido condenada à morte em 2010, mas recorreu da sentença na justiça esperando que o processo fosse revertido. Seu advogado de defesa Naeem Shakir tentou libertar sua cliente, mas não conseguiu.
Segundo a agência Fides, do Vaticano, Shakir tentou usar a falta de provas suficientes, citando que muitos dos testemunhos apresentados eram “pouco credíveis” e que havia fortes indícios de depoimentos falsos.
“Ela está cada vez mais nas mãos dos extremistas”, disse o advogado que já entrou com recurso no Supremo Tribunal. Essa será a última chance de impedir que Asia Bibi seja morta.
Em novembro de 2010, quando saiu a primeira decisão, o governador Salman Taseer e o ministro cristão das Minorias, Shahbaz Bhatti, tentaram pedir a libertação da mulher, mas logo eles foram assassinados.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), ligada à Igreja Católica, já se pronunciou sobre casos como o de Asia Bibi afirmando que o Paquistão usa “o pior instrumento de repressão religiosa” que é a chamada lei da blasfêmia.
A referida lei está baseada no Artigo 295, B e C, do Código Penal paquistanês, determinando que ofensas contra o Alcorão são puníveis de prisão perpétua e que atos contra o profeta Maomé são puníveis de prisão perpétua ou morte.
Segundo a AIS, Asia Bibi não cometeu nenhum desses crimes, sendo vítima de uma perseguição religiosa ao ser acusada por duas irmãs muçulmanas por ter bebida um copo de água de um poço. Depois de desentender com essas mulheres que trabalhavam com ela, Asia Bibi foi denunciada e agora corre o risco de perder a vida.