Usamos a palavra deserto constantemente para definir momentos difíceis da nossa caminhada. Veja bem, a expressão deserto não é definição para qualquer luta.
Deserto é luta intensa, provação profundamente dolorosa. Não é tempo de pouca chuva, mas sim de nenhuma chuva. Costumeiramente falamos também que é no deserto que conhecemos de fato a Deus (Seu amor e misericórdia bem como sua provisão e milagres).
Preparando-me para uma ministração me deparei com este texto de Oseias. Para minha surpresa, não era uma declaração de Israel para Deus. Era Deus quem estava falando! Deus dizendo a Israel que os conheceu no deserto. Oh! Quão forte é isso!
De fato, nos momentos em que Deus não age conforme a expectativa de nosso coração é que nosso caráter real se manifesta. Não importa muito nossas palavras e atitudes bonitas. O que realmente conta é o conteúdo. De que elas são feitas? De pedra ou areia? Se de pedra, os temporais não as derreterão tampouco os ventos as farão desmoronar, mas se forem feitas de areia...
Precisamos formar e firmar nossas convicções na pessoa de Deus e em Seu coração aberto para nós na Bíblia. Só assim teremos força para permanecer em fidelidade a Ele todo o tempo.
Não espere um “encorajamento visível”. Na maioria das vezes as circunstâncias não vão animar você. Não conte com o que você vê para alicerçar suas decisões, atitudes e reações diversas.
O que você vê muitas vezes não será coerente com o que você diz crer. Mas se você realmente crer no que diz, no tempo perfeito de Deus o cenário de vitória que você visualizava pela fé em oração poderá se tornar real.
O problema de Israel era ser um povo “de momento”, que agia baseado no agora. Sentiam-se fome, naquela hora murmuravam. Quando o pão vinha, agradeciam. Se o líder parecia demorar a chegar com algo de Deus, partiam para a idolatria. Mas quando ele chegava com a face brilhando, se arrependiam.
Vai e vem. Altos e baixos. Sobe e desce. Uma montanha russa de emoções e ações! Assim era Israel. No deserto, Deus os conheceu e se entristeceu com o que encontrou no meio deles. Ou melhor, com o que não encontrou neles: “se esqueceram de mim” (Verso 6b). Deus não se viu em seus corações. Deus se encontraria dentro de você, hoje?
Na cova dos leões, Deus conheceu a Daniel. Na fornalha, a Sadraque, Mesaque e Abede-nego. No apedrejamento, Ele conheceu a Estevão. E não podemos esquecer de Jó que perdeu seus filhos, dinheiro, saúde. Não foi compreendido por seus amigos e a julgar pelas murmurações de sua esposa, parecia estar vivendo uma crise no casamento também. Deus mudou a vida dele. Deus mudou a sorte de Jó e este recebeu em dobro de tudo que antes possuíra (Jó 42.10-17).
Não é difícil cantarmos que Deus abre as portas. Complicado é seguir a vida enquanto estas estão trancadas. É fácil pregarmos que Deus transforma famílias, mas precisamos estar dispostos a lutar pelas nossas.
Deus é onisciente. Porém, uma coisa é Deus saber o nosso futuro e outra é Ele decidir por nós. Isso Ele não faz. O livre arbítrio é tão real quanto as consequências de nosso uso dele. Deus sabe do que você é capaz, para o bem e para o mal. Mas as pessoas não sabem, o inimigo não sabe. E Deus quer ser engrandecido em nossas vidas! Aleluia!
Gosto de pensar que o Senhor tem expectativas a meu respeito. Vejo isso tão nitidamente nos diálogos entre Deus e o diabo a respeito de Jó! E se Deus quer mostrar a este inimigo tão sujo e cruel que eu não o negarei, que não me esqueci Dele, que Ele pode contar comigo, que não desistirei dos seus planos e promessas; eis-me aqui.